Mirra

 

Quando Jesus nasceu naquela humilde manjedoura, recebeu dos três Reis Magos; ouro, dado geralmente aos nobres da realeza; incenso, oferecido aos sacerdotes; e mirra, o presente dos profetas...

Mirra simboliza a imortalidade, embora fosse muito utilizada em ritos funerários, era o sobrepujar do corpo, deixando as palavras ecoarem através dos tempos. Além disso, significava purificação, proteção e compreensão plena, características atribuíveis aos grandes profetas.

Seja em grãos ou óleos, a mirra era e ainda é muito utilizada como antisséptico, antimicrobiano, anti-inflamatório, anestésico e tantas outras funções, prelúdio da vida difícil  que todo grande profeta experimenta na carne.

O nascimento de Jesus trazia esse agridoce, a dor de parto, a mirra e um destino que todos conhecemos independente do credo. Nesse natal o agridoce se torna mais palpável com lugares vazios a mesa, distancia...

Celebrar a vida diante de um cenário pandêmico, superar a saudade, a ausência, é no minimo desafiador. Assim como a mirra, imortalizaremos os que se foram em nossos corações e sejamos remédio aos que permanecem ao nosso lado, ansiando por futuro com mais ouro (próspero) e incenso (sábio).